Nesta comunicação, quero discutir um argumento sobre como os serviços de saúde são representados e significados enquanto espaços de múltiplos exercícios de poder nas narrativas de experiências contraceptivas por pessoas autodeclaradas mulheres cisgênero heterossexuais e bissexuais. Para isto, parto de dados construídos numa etnografia multi-situada (Marcus, 1995) em Lisboa (Portugal) e Fortaleza (Brasil) entre 2021 e 2023, especialmente relatos de vida (Kofes, 1994). Nas narrativas, observo as relações dinâmicas que as pessoas estabelecem com os serviços de saúde, sejam públicos ou privados, em suas experiências relativas à contracepção e, de forma mais ampla e imbricada, à saúde sexual e reprodutiva. Além disto, dou atenção a forma como estes serviços são um ponto de convergência entre diferentes camadas socioculturais que circulam em torno da reprodução/contracepção: legislações estatais, saberes médicos, práticas institucionais, e histórias, projetos e desejos pessoais. Para construir este argumento, considero os debates teóricos sobre gênero, sexualidade e poder. Esta comunicação está integrada na pesquisa que desenvolvo para minha tese doutoral a respeito das múltiplas relações de poder que estão imbricadas nas experiências contraceptivas.

Ao CRIA, pelo acolhimento na investigação doutoral; FCT Portugal, pelo financiamento.

Contracepção,poder,serviços de saúde,etnografia,relatos de vida

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