A história local pode usar várias fontes, desde registos paroquiais, recenseamentos, imprensa local, anuários comerciais, inventários por morte, arquivos de instituições locais, como as Misericórdias, os grémios, casas do povo, cooperativas agrícolas, ou arquivos de casas agrícolas, com os seus livros de contabilidade. Alguns arquivos familiares também contribuem para a construção de imagens da sociedade local, com as suas casas, quadros e fotografias, mobiliário, guarda-roupa, e até os cemitérios. Outras fontes etnográficas, como música e poesia popular, artesanato e até a literatura, permitem o acesso a alguns conhecimentos que não encontramos nas fontes institucionais. Para completar, a memória oral é uma fonte preciosa que nos permite relacionar todas as informações recolhidas nas fontes escritas. Os livros de contas de algumas casas agrícolas forneceram informações sobre os pagamentos em géneros aos seus trabalhadores fixos, contratados ao ano. E as informações sobre a conservação dos alimentos, assim como a introdução da energia elétrica e consequente uso de aparelhos de refrigeração, todos estes elementos enriquecem o retrato que se pretende sobre a alimentação no Alentejo e a sua evolução ao longo do século XX, tanto para as famílias ricas como para as pobres (Cutileiro, 1977).

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