A implementação de Tecnologias Digitais em Saúde (TDS) regista uma expansão em vários países, estimulada pela perspetiva de ganhos de acessibilidade e equidade, mas também de eficiência na prestação dos cuidados de saúde. Contudo, o grau de adoção das TDS pelas pessoas varia consideravelmente, sendo necessário mapear os seus determinantes. No quadro dos fatores psicossociais, os valores têm um papel importante na explicação dos comportamentos dos indivíduos. Com recurso a um desenho correlacional, o presente estudo avalia o papel dos valores abertura à mudança (vs. Conservação) e autotranscendência (vs. Autopromoção) nos Comportamentos de Saúde Mediados por Tecnologias Digitais (CSMTD). Os valores foram conceptualizados a partir da Teoria dos Valores Humanos Básicos de Schwartz (1992), e considerou-se, ainda, o papel mediador da perceção de autoeficácia e moderador da idade. Participaram no estudo 396 indivíduos adultos (18-87 anos; M = 46; DP = 15) a residir em Portugal. Os resultados revelam que a autoeficácia é um preditor importante dos CSMTD e que os valores de abertura à mudança (vs. Conservação) e autotranscendência (vs. Autopromoção) têm um contributo relevante, que depende da idade dos participantes. Os resultados são discutidos no quadro do papel dos valores na mudança social e na comunicação associada à promoção das TDS.

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Tecnologias digitais na saúde,Valores,Autoeficácia,Idade,Teoria dos valores humanos básicos.

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