Durante a última década da colonização portuguesa, aceleram-se os processos de ocupação do território na Guiné-Bissau, que sofre uma violenta sobreposição por parte das estruturas coloniais na vida pública e privada da população guineense. O auge das estratégias de ocupação do território e o contacto com a população rural ocorre durante a Guerra de Independência sob o mandato do Governador-General António de Spínola (1968-1973) e através do designado plano “Uma Guiné Melhor”. O presente artigo pretende refletir sobre a prática dos reordenamentos populacionais, analisando as estratégias de implantação e os projetos de habitação-tipo executados no terreno, questionando as repercussões sociais, espaciais e económicas na vida da população nas zonas afetadas. Procura-se ainda explorar de que forma o património colonial dos reordenamentos populacionais permanece no contexto contemporâneo, questionando a relação que as populações locais mantiveram com o legado colonial construído.

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Guiné-Bissau,reordenamentos,herança pós-colonial

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