A questão da adesão à prevenção do VIH/SIDA e ao sexo seguro pela população homossexual é a questão central deste contributo. Foram realizadas entrevistas semi-directivas a seis homens com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos, residentes em zonas urbanas, nos distritos de Aveiro, Lisboa, Porto e Viseu. A abordagem combinou o método da bola de neve a partir da minha rede social e de contactos com associações LGBT, particularmente o GRIP-ILGA, no Porto, a Opus Gay, em Lisboa, e a Rede Ex-aequo, em Aveiro. Conclui-se que os comportamentos sexuais de risco traduzem não raras vezes um acto de rebeldia contra os discursos normativos da prevenção, aquele que ordena o uso do preservativo e uma higiene de vida sã e regrada, e um desafio às regras do sexo seguro. A rejeição da prevenção exprime, por vezes, uma rejeição do discurso social dominante. Neste sentido, os discursos preventivos são melhor aceites e interiorizados se provierem do grupo a que o indivíduo sente pertencer.

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