A comunicação pretende analisar crítica e reflexivamente o processo de difusão da kizomba, um género de dança oriundo de Angola que tem vindo a ganhar enorme popularidade em todo o mundo. Através de estratégias metodológicas inspiradas na noção de etnografia multi-situada, a pesquisa que está na origem deste trabalho procede a um mapeamento dos atores (professores, músicos, dançarinos) e dos festivais, na tentativa de mapear a ampla circulação desta dança de raiz africana pelo mundo. Daremos particular atenção a três aspectos complementares: 1) Recorrendo à noção de “campos de batalha” (Guss, 2000) interrogamos o papel que os festivais deste género de dança desempenham no processo de difusão da quizomba, caracterizando as suas componentes competitivas, pedagógicas e de entretenimento. 2) Exploramos as negociações e tensões que ocorrem nos lugares de aprendizagem e prática da quizomba, concedendo particular atenção á forma como a etnicidade é mobilizada nos discursos sobre esta prática musical e de dança. 3) Finalmente analisamos brevemente o papel que certas tecnologias de comunicação em rede (tais como plataformas digitais e o youtube), vêm desempenhando no processo de globalização da quizomba e na construção de um “imaginário supranacional” (Canclini, 2003) em torno desta dança,

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dança; globalização; etnografia multi-situada