Concorrência Cambial: Líderes e Guerras
O Sistema Monetário Internacional (SMI) é baseado numa moeda líder, o dólar (USD) e um pequeno número de outras moedas com alguma relevância internacional, como por exemplo o Euro (EUR) ou a Libra (GBP). A liderança do SMI implica que essa moeda cumpre em grande parte o papel de unidade de conta, reserva de valor e meio de troca. Historicamente podem contar-se menos de uma mão cheia de moedas líderes do SMI nos últimos séculos. O florim holandês precedeu a GBP, que por sua vez foi destronada pelo USD. A criação do EUR em 1999 não contestou a posição do USD até ao momento. Contudo, moedas aspirantes a líderes como o Yuan, o Real, o EUR, e outras podem desafiar a configuração atual do SMI. Assim, a manutenção da liderança pelo USD depende exclusivamente das determinantes principais de ser a moeda principal do SMI. Surpreendentemente, a investigação económica não se tem focado no tema da concorrência cambial, das guerras cambiais, bem como no estudo sistemático das determinantes da moeda líder. O tema central deste projeto é a concorrencial cambial – concorrência que ocorre entre moedas, resultando da mesma a liderança do SMI por uma única moeda num período longo de tempo. Apesar da sua relevância, este tema tem sido negligenciado na teoria macroeconómica. O porquê da existência de um número tão reduzido de moedas líderes e as determinantes de longo prazo da sua ascensão e queda ainda não foram explorados. Este último tópico será estudado através de um exemplo concreto, no que diz respeito à conceção da política monetária ótima dos bancos centrais (BC). A nossa abordagem será a oposta da literatura existente, que enfatiza os benefícios da cooperação internacional da política monetária. Iremos estudar o tema das guerras cambiais, o oposto do que tem até agora sido abordado pela teoria. Em suma, iremos desenvolver um novo tema de investigação para a macroeconomia internacional, modelizando concorrência cambial numa perspetiva de curto e de longo prazo. Longo-prazo: A mai...
Informação do Projeto
2014-03-01
2015-08-31
Parceiros do Projeto
- BRU-Iscte - Líder
Desajustamentos do Sistema Educativo e Diferenças de Produtividade
Neste projecto pretende-se quantificar o fenómeno de desadequação entre educação e ocupação profissional para a economia portuguesa, i.e., o desajustamento entre o nível e o tipo de educação e o mercado de trabalho em Portugal. Pretende-se também determinar especificamente a evolução recente deste fenómeno e o seu impacto na produtividade e nos diferenciais de produtividade entre a economia portuguesa e outras economias desenvolvidas, nomeadamente na União Europeia. O tipo de educação promovido por cada país pode explicar uma parte substancial das diferenças de produtividade. Os trabalhos de Aghion and Howitt (2006); Jones (2008) e Krueger and Kumar (2004) são exemplos de estudos que apresentam resultados que favorecem essa explicação dos diferenciais de rendimento. Este desajustamento pode ser estudado quer na perspectiva da adequação do ensino de âmbito geral e do ensino de âmbito vocacional à estrutura produtiva de um país, quer na adequação dos diversos ramos científicos ao nível do ensino superior a essa estrutura produtiva. Isto levou-nos a pensar que outras características que relacionam o sistema educativo com o sistema produtivo podem também ajudar a explicar as diferenças de produtividade. O principal objectivo deste projecto é o de identificar o papel do nível de desadequação, educação a mais ou a menos na explicação das diferenças de produtividade dentro e entre os países.
Externalidades, Equilíbrios e Lições de Política Económica de Modelos de Crescimento Endógeno com Vários Sectores
Este projeto insere-se na Teoria do Crescimento Endógeno (CE). Pretendemos fazer avançar o conhecimento científico relativo a modelos de CE com capital físico, capital humano e I&D aplicados à economia mundial e a economias abertas. No primeiro caso, a fronteira do conhecimento consiste em modelos de CE que incluem acumulação de capital físico e capital humano e inovação vertical e horizontal, para os quais a literatura caracterizou e quantificou as diferentes externalidades resultantes das falhas de mercado no processo de I&D. Acrescentaremos a esta classe de modelos novos ativos acumuláveis (capital social e capital natural) e um novo sector de “investigação de base”. O capital social e o capital natural são fatores essenciais para definir a riqueza das nações. A inclusão de um sector de investigação de base em modelos com acumulação de capital humano não está estudada. No entanto, a interação deste sector com os restantes sectores da economia implica que a sua inclusão pode alterar de forma relevante as características dos equilíbrios, a sua estabilidade e as trajetórias de convergência. Há ainda externalidades associadas ao capital social e ao capital natural e à natureza de bem público da investigação básica que não foram estudadas neste contexto. Pretendemos caracterizar estes equilíbrios e, calibrando os modelos, calcular as trajetórias de transição e quantificar as externalidades. Esperamos obter resultados úteis para a identificação das políticas, da sua quantificação e da determinação do momento ótimo para a sua aplicação. Para estudar o CE em economia aberta usaremos duas abordagens distintas, modelizando pequenas economias abertas e dividindo o mundo em dois grandes blocos: Norte e Sul. Relativamente às pequenas economias abertas, identificaremos as condições de fio de navalha presentes nos modelos com dois sectores de I&D. Esperamos encontrar condições fortes para modelos com acumulação de capital humano. Poderemos também utilizar uma aborda...