Cláudia Pereira é doutorada em antropologia com pós-doutoramento em sociologia. Investigadora auxiliar e professora do ISCTE-IUL, integrada no Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-IUL). Anteriormente realizou o programa Erasmus durante a licenciatura na Vrije Universiteit, na Holanda, e foi Visiting Scholar durante o doutoramento na Brown University, nos EUA.
É coordenadora executiva do Observatório da Emigração (OEm). O OEm, entre outras atividades, é responsável pelo Relatório Estatístico da Emigração Portuguesa, produzido anualmente para o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Realizou investigação etnográfica entre os portugueses enfermeiros em Londres, durante cinco meses, e pesquisa qualitativa e quantitativa entre enfermeiros de outros países. Publicou o livro Vidas Partidas. Enfermeiros Portugueses no Estrangeiro (2015). Co-organizou o livro de acesso aberto, na Springer/IMISCOE (2019): New and Old Routes of Portuguese Emigration. Uncertain Futures at the Periphery of Europe.
Anteriormente fez pesquisa em Goa, na Índia, entre católicos e hindus. No total, residiu lá dois anos para o trabalho de campo etnográfico. Esta pesquisa incidiu sobre o que significa ser tribal no séc. XXI entre castas e tribos católicas. É autora do artigo Religious dances and tourism: perceptions of the “tribal” as the repository of the traditional in Goa, India, em acesso livre.
Co-coordenou a Pós Gradução em Ação Humanitária, do ISCTE-IUL. Colaborou como especialista de migrações em projetos de capacitação de governos de países de fora da Europa, através do International Centre for Migration Policy Development (ICMPD), da Comissão Europeia. Foi avaliadora de concursos europeus (COST e Marie Curie).
Foi coordenadora de um projeto sobre imigração nepalesa na agricultura em Portugal. Um dos resultados é o artigo em co-autoria, "‘If you don't migrate, you're a nobody’: Migration recruitment networks and experiences of Nepalese farm workers in Portugal".
Foi Secretária de Estado para a Integração e as Migrações, no XXII Governo Constitucional. Nestas funções, com a sua equipa e em cooperação com outras áreas governativas e institutos públicos, removeu obstáculos nos cursos de aprendizagem da língua portuguesa, tendo criado a Portaria para os cursos de Português Língua de Acolhimento. Pela primeira vez, os estrangeiros e requerentes de asilo a aguardar a finalização da sua regularização passaram a poder aprender a língua portuguesa. Criou a Rede Integrar Valoriza, com mais de 50 municípios, para reforçar a articulação entre a administração pública e as câmaras municipais nas políticas de integração. Dinamizou o trabalho em rede no governo e na adminsitração pública para a implementação do Pacto Global para as Migrações. De igual modo, contribuiu para a Lei do Cartão de Cidadão para Pessoas Sem Morada Fixa em Portugal, para sem-abrigo e portugueses ciganos nómadas, o que agilizou o acesso a cuidados de saúde, habitação, formação e emprego, ou seja, à igualdade de oportunidades. No âmbito das pessoas refugiadas implementou o Grupo Operativo Único, que passou a assegurar a cooperação e coordenação entre os vários intervenientes do Estado. Em conjunto com a sua equipa, coordenou a task force para o acolhimento de emergência de pessoas do Afeganistão, bem como da Ucrânia.
Os seus interesses atuais de investigação são: emigração e imigração, populações refugiadas, populações ciganas, desigualdades e políticas públicas.