Saúde Racializante - Colonialidade e Especulação na Saúde Global: abordar a experiência viva da racialização entre os residentes urbanos de baixa renda hondurenhos através dos seus encontros com os serviços de saúde pública
Através desta bolsa de pós-doutoramento no CRIA, procuro abordar como o fenómeno conhecido como saúde global poderia ser concebido como um domínio adicional para a acumulação privada de capital através da especulação. Ao abordar a saúde global como um local de especulação, procuro argumentar que aquilo que aparece como restos ideológicos coloniais na prática de saúde pública local contemporânea são, de facto, ferramentas necessárias para a reinscrição de categorias de diferença social. Estes instrumentos, por sua vez, facilitam processos de exploração e alienação que permitem a extracção de valor. É meu argumento que estes regimes de especulação na saúde global servem de base para a colonialidade das práticas locais de saúde pública. Ao longo da minha bolsa, compararei os dados etnográficos recolhidos ao longo de 28 meses entre 2017 e 2020 nas Honduras com novos dados recolhidos nos mesmos locais de investigação ao longo de 6 meses não consecutivos de investigação durante 2023 e 2025.
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2023-04-01
2025-03-31
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Tacking informal employment in Asia: building post-COV19 solutions to precariousness through case-study based evidence on Bhutan, Laos, Maldives, Myanmar, Philippines, Thailand and Vietnam
According to the last WESO report, there are over 1.4bn workers in vulnerable jobs worldwide, with numbers expected to rise in 2020 due to COVID-19. Several attempts have been made at both domestic and international levels to address these concerns. This includes efforts through the Sustainable Development Goals process, which includes a specific statistical indicator to measure informal employment (8.3.1), the formulation of SDG8 (decent work) and SDG9 (sustainable industrialization). Across countries and world regions, the degree to which SDGs have been used to address youth issues and inform national policies varies significantly. Indeed, in spite of the fact that the great majority of states have formally committed to addressing the SDGs, including those related to insecure employment, there is little evidence to indicate that developing regions currently have the capacity to systematically study the problems if informal employment and vulnerability in ways that facilitate the development and implementation of concrete viable solutions. This is due, in our view, to two major challenges. First, although a number of approaches that have been used inside the EU, there has been little, if any, attempt to adapt the existing framework elsewhere. Second, no systematic review of anti-precariousness policy has been attempted beyond the EU region. LABOUR is a research and training programme designed to address the above-mentioned shortfalls of research and development approaches with particular attention to a region where this is particularly worrying concern.
Informal employment in Asia is estimated to account for 68.2% of the active population. By gathering a team of 14 participants that includes academic and non-academic partners working on labour insecurity, we aim not only at producing specialists on the topic and on the region but also at proposing concrete mitigation measures that can be taken into account by decision-makers and development organisations.
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2021-10-21
2025-10-20
Parceiros do Projeto
- CRIA-Iscte
- Stockholm University - (Suécia)
- TU - Líder (Estónia)
- MU - (Turquia)
- LU - (Letónia)
- DCU - (Irlanda)
- MOLDOVA STATE UNIVERSITY MSU - (Moldávia)
- Iscte - (Portugal)
Centro em Rede de Investigação em Antropologia
A pesquisa desenvolvida no CRIA organiza-se em torno de grupos de investigação que compõem o núcleo científico do centro e reúnem investigadores dos diferentes polos institucionais. Estes grupos formaram-se a partir de quatro campos específicos de pesquisa da equipa do CRIA: (1) Circulação e Produção de Lugares, (2) Desafios Ambientais, Sustentabilidade e Etnografia, (3) Governação, Políticas e Quotidiano, e (4) Práticas e Políticas da Cultura. Complementarmente, as linhas temáticas e os núcleos de trabalho agregam investigadores dos vários grupos de investigação em torno de temas e contextos específicos de pesquisa como são a (1) Antropologia da Saúde, (2) a Antropologia Visual e da Arte, (3) os Estudos em Contextos Árabes e Islâmicos, (4) a Antropologia da Religião, (5) os Recursos Informais, Estado e Capital Social e (6) Círculo de Estudos Sul Asiáticos.
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2020-01-01
2023-12-31
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Governação, transformações políticas e negociação de quotidianos: Portugal 2008-2018
Na última década, Portugal teve três governos diferentes com orientações políticas e propostas para organização legislativa muito díspares. Cada um deles reivindicava o início de um processo de política transformadora que teria um impacto positivo na sociedade portuguesa. Nesse sentido, as políticas sociais e a legislação sobre trabalho, saúde, educação, habitação e segurança sofreram alterações profundas a cada mudança legislativa, o que teve diferentes repercussões tanto nas instituições que as implementam como nas vidas das pessoas. Além disso, a crise económica gerou uma crise no modelo europeu, condicionando a reprodução social e questionando os modelos de redistribuição das três escalas de interação social: macro (mercado, Estado), meso (instituições mediadoras e atores) e micro (redes familiares e sociais). LIVEPOLITICS pretende analisar a forma como essas mudanças afetam e condicionam os processos de tomada de decisão e o funcionamento quotidiano das instituições, bem como as experiências pessoais e sociais dos cidadãos e os seus planos para o futuro. Numa análise detalhada sobre os modos como os diferentes atores e sectores da sociedade experienciam a legislação e as políticas através das diversas instituições, este projecto foca-se nas formas como as pessoas experienciam nos seus quotidianos as políticas que as governam e a forma como as implementam e negoceiam no âmbito de economias morais. O projeto irá desenvolver-se em três dimensões principais: 1) Estratégias de sobrevivência e superação de quotidianos; 2) Grassroots economics: sua definição, regimes de valor e cuidado, interpretações de crise e sua superação; 3) Políticas públicas, desde a sua concepção, implementação e impacto nas instituições e cidadãos. Pretende-se reflectir sobre o modo como ao longo de uma década de profundas mudanças de políticas sociais, diferentes sectores da sociedade portuguesa as experienciam nos seus quotidianos através da sua relação com as instituições estatais, num con...
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2018-09-01
2022-08-31
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- CRIA-Iscte - Líder
- ICS/UL - (Portugal)
Segurança Humana na prisão: perspectivas, subjectividades e experiências - um contributo para a antropologia da segurança
Pela sua natureza e função, a prisão é um lugar onde questões relacionadas com segurança assumem um papel central. Esta omnipresença, no entanto, não faz desaparecer a ambiguidade que caracteriza o próprio conceito de segurança. Enquanto parte do Desafio "Human Security and Public Administration", ao longo de 12 meses de trabalho de campo em 11 prisões portuguesas (num total de 49), este projecto procura contrastar diferentes perspectivas, percepções subjectivas e experiências relacionadas com a esfera abrangente da segurança humana que podemos encontrar no espaço carceral, em particular as que respeitam a: 1) diferenças sobre as percepções da segurança em espaços abertos e confinados; 2) estratégias de segurança e protecção dentro e fora de muros; 3) concepções de direitos civis, justiça e cidadania; 4) percepções de segurança no quotidiano e nas relações pessoais e familiares; 5) segurança ontológica em termos de bem-estar, cuidado, acesso a actividades ocupacionais; o impacto do contexto fora da prisão nas condições diárias vividas dentro de muros. Neste projecto são abordados vários dos intervenientes envolvidos no sistema prisional - reclusos, guardas, técnicos, directos - equacionando a multiplicidade de temáticas implicadas nesta área emergente da antropologia, a antropologia da segurança. O seu contributo vai no sentido de considerar o conceito de segurança em si mesmo, os seus significados, como é compreendido e interpretado por actores muito particulares: aqueles que estão directamente envolvidos e são sujeitos nas práticas e políticas de segurança.
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2015-06-01
2018-01-01
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Segurança em contexto: um estudo antropológico sobre os contextos, as políticas e as práticas de segurança no Portugal do século XXI
A questão da segurança é um problema global e está na linha da frente do actual debate político, social, económico e cultural, em particular na União Europeia. Dando continuidade a trabalhos anteriores e actividades em rede sobre vigilância e segurança, este projecto reflecte sobre segurança humana em Portugal no contexto da União Europeia. A sua abordagem etnográfica aprofundada é inovadora na medida em que se assume que a reflexão em torno da segurança não deve restringir-se a questões relacionadas com crime e terrorismo mas que é urgente uma perspectiva mais abrangente: as políticas de segurança implementadas e partilhadas por estados soberanos são o resultado da interacção entre a esfera pública e privada; são vários os actores que contribuem para a produção de políticas, sendo mutuamente influenciados; a produção de políticas de segurança no seio da EU implica factores internos e externos e a sua importância varia concoante a história económica, social e política. O caso português, em termos da sua especificidade, passado recente e actuais desenvolvimentos, apresenta-se como um ponto de partida para compreender as políticas europeias na sua generalidade. Enfatizar a interdependência em termos nacionais e internacionais (como espelhando nas prioridades da Europa 2020) é um objectivo central, procurando questionar quais os racionais em torno da segurança, as diferentes concepções do papel do Estado, e o seu papel enquanto agente com responsabilidades na protecção dos seus cidadãos. Por outras palavras, assumimos que é primordial compreender como se mantém o equilíbrio entre poder económico, idiossincracias políticas e culturais, bem como a manutenção de direitos fundamentais. Neste projecto pretende-se ainda expandir a interdisciplinaridade da temática adopando uma perspectiva holística em torno da segurança, tendo em conta os vários interlocutores em causa.
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2013-09-01
2018-08-31
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Supervisão de condenados na Europa
A supervisão de condenados na Europa desenvolveu-se rapidamente em termos de escala, distribuição e intensidade ao longo dos últimos anos. No entanto, a emergência da "supervisão massiva" (i.e. na comunidade) tem vindo a ser largamente negligenciada por estudiosos do direito e cientistas sociais, mais preocupados com o "encarceramento em massa" que se reflecte no aumento da prisão. Para além de representar uma lacuna importante para a penologia em geral e a justiça criminal comparativa em particular, a ausência do estudo da supervisão tem como consequência que a investigação não produz conhecimento que tem urgência premente na articulação com as comunidades, a legislação e as políticas como forma de obtenção de justiça de forma eficaz e eficiente, bem como em dar resposta aos desafios de dar a conhecer o significado, legitimidade e utilidade da supervisão. Esta Acção tem como objectivo colmatar estas lacunas facilitando a cooperação entre instituições e indíviduos em diferentes estados europeus (e com diferentes abordagens disciplinares) que se encontram já a desenvolver investigação sobre a supervisão de condenados ou que, no caso de investigadores em início de carreira, se interessam por este tema. Nesse sentido, procura recensear e sintetizar o conhecimento já existente e complementá-lo através de um trabalho interdisciplinar e comparativo. Esta Acção assume-se como um forum europeu sobre a supervisão de condenados, dirigida para académicos, decisores políticos, profissionais e cidadãos interessados na matéria.
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2012-03-27
2016-03-26
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O cuidado como factor de sustentabilidade em situações de crise
O conceito de cuidado tem sido utilizado em Antropologia para abordar o tratamento de situações de privação e problemas de saúde por vias que incluem a provisão do Estado aos cidadãos mas não se limitam a ela (Benda-Beckmann 1988). Na existência relacional quotidiana, cuidado é referido em sentido lato para descrever processos e sentimentos entre pessoas que cuidam umas das outras em várias dimensões da vida social e que não se encontram necessariamente em situações de carência. Para o ser humano, ser enquanto pessoa significa estar com outros, cuidar e ser cuidado, pressupor um envolvimento prático e emocional. Cuidado é uma disposição motivacional para exprimir ideologias morais do bem e do justo. É portanto frequentemente através da metáfora do "cuidado" que são expressas preocupações morais acerca de uma existência ideal num mundo com desigualdades profundas e pessoas necessitadas. Cuidado tem também um significado moral: assente na atenção e na dedicação ao outro, tem implícito o reconhecimento do outro por relação à própria existência, tornando-se assim um elemento constitutivo do laço social. Tendo em conta este quadro, e focando o caso português, o projecto propõe uma abordagem inovadora que combina o significado de factores económicos com uma ênfase na fenomenologia. Como respondem as pessoas a situações de crise de modo a criarem para si próprias, para aqueles que as rodeiam e para o mundo em que vivem uma existência sustentável? Como expressam ou criam as práticas de cuidado sentimentos de vergonha, cuidado, dependência, compaixão, solidariedade, moralidade, dignidade e auto-estima? Quais os critérios que regem o impulso para cuidar dos outros: nacionalidade, grupo de pares, parentesco ou ideologia? Como se intersectam o "mercado" (os interesses económicos materiais) com interesses como sejam criar um sentimento de pertença, cumprir um dever moral, adoptar uma posição política, responder a um chamamento religioso, acrescentar sentido à própria vida? Portu...
Informação do Projeto
2012-02-01
2015-07-31
Parceiros do Projeto
- CRIA-Iscte - Líder
Viver em sociedades de vigilância
Informação do Projeto
2009-04-22
2013-04-21
Parceiros do Projeto