Filipa Pinho investiga os fenómenos migratórios. Os estudos mostram que “há uma correspondência direta entre as oportunidades no mercado de trabalho e os ciclos de migração”, diz a investigadora associada do Observatório da Emigração e integrada no CIES-Iscte. Quando participou no estudo “Empreender 2020 - o regresso de uma geração preparada”, percebeu que não são programas, como o Regressar, que trazem os portugueses que estão lá fora de volta. Os baixos salários são um bloqueio e o emigrante está “numa negociação constante” entre a razão e o coração.

Os números têm limitações, mas a emigração dos jovens portugueses está em linha com a de outros países. Desde 2017, 1% dos jovens com idades entre os 20 e os 34 anos saem do país, anualmente.  

Governo quer atrair imigrantes “altamente qualificados”, mas o caminho é cheio de obstáculos para quem cá está e não consegue aceder à sua profissão de origem. Para Filipa Pinho, socióloga, professora e investigadora do Iscte - Instituto Universitário de Lisboa, teoricamente, migrantes qualificados são aqueles com formação superior. No entanto, “em termos políticos, é a lei que define, de acordo com as necessidades do país, o que entende por migrante qualificado”, explica.

  Governo quer atrair imigrantes ‘altamente qualificados”, mas o caminho é cheio de obstáculos.Declarações de Filipa Pinho