Projetos de Investigação
Mulheres Arquitectas na antiga África Colonial Portuguesa: género e luta pelo reconhecimento profissional (1953-1985)
Há profissões como a arquitectura onde, apesar de tudo o que as mulheres conquistaram, uma hegemonia masculina persiste e não é muito permeável a revoluções de género. Este projecto exploratório visa identificar e descrever a luta das arquitectas na África de língua portuguesa pelo reconhecimento e representação da carreira, como consequência das desigualdades herdadas do passado colonial. A investigação tem continuamente colocado perguntas como: Quem eram as arquitectas que trabalhavam nos antigos territórios coloniais portugueses em África? Qual era a sua origem étnica? Qual era a sua origem profissional e educativa? Quais eram as suas lutas pelo reconhecimento profissional? Com a independência destes novos países, que papéis assumiram estas mulheres arquitectas? O projecto procura preencher uma lacuna na história dos países africanos colonizados por Portugal – Cabo Verde, Guiné-Bissau, S. Tomé e Príncipe, Angola, e Moçambique – abordando a condição das arquitectas precursoras entendidas como as primeiras profissionais a trabalhar nestes territórios. A oferta de trabalho durante o domínio colonial foi limitada às Obras Públicas Coloniais e aos escritórios familiares. A transição para a independência traria novidades, tais como programas de cooperação e a reforma dos serviços públicos. A investigação considerará estas mudanças na profissão e na cultura arquitectónica, questionando a forma como as mulheres sobreviveram e emergiram em condições de extrema vulnerabilidade laboral, no entanto, por vezes impondo-se pela falta de técnicos. O projecto irá registar 2 períodos históricos: 1953-1974, definidos pelo colonialismo tardio (desde a chegada da primeira arquitecta em África, até à independência africana); 1975-1985, caracterizado como o período pós-independência (a partir da transição governamental, até à primeira mulher formada no curso de Arquitectura na Universidade Agostinho Neto, em Angola). Diferentes tipos de carreiras serão abordados nesta linha cronológica...
Informação do Projeto
2023-03-01
2024-08-31
Parceiros do Projeto
Controle e violência através da habitação e da arquitectura, durante as guerras coloniais. O caso português (Guiné-Bissau, Angola e Moçambique): documentação colonial e análise crítica pós-independência
Qual foi o papel da Arquitectura durante a guerra colonial (1961-74) no suporte ao colonialismo português? Partindo da rara bibliografia existente que interpela Arquitectura, Colonialismo e Guerra (He17;He18), mas também ponderando a relação entre Violência e Colonialismo (LuMo14), a pesquisa foca-se na produção de Habitação durante as guerras de libertação na antiga África Continental Portuguesa, e suas repercussões no período imediato às independências das nações da Guiné-Bissau, Angola e Moçambique. O projecto prevê 2 fases: 1) análise da produção da habitação realizada nos últimos 14 anos de colonialismo, considerando a composição da sociedade colonial e os 3 agentes de Obras Públicas Coloniais (OPC ) envolvidos, abordada na perspectiva do tratamento arquivístico e documental, cartográfico e descrição historiográfica; 2) identificação e análise crítica do estado desse parque habitacional no período imediato a 1974/75 (abandono, reconfiguração e apropriação) e seu contributo na formação de fenómenos como a desigualdade no acesso e na qualidade (plástica, técnica e funcional) da casa pelas sociedades pós-independências. A investigação questiona o papel da guerra na criação de mecanismos de controle, recorrendo à arquitectura e ao urbanismo, tendo a produção de habitação como centro. Observa 3 fenómenos: a) novos bairros de expansão urbana de classe-média e económicos, edificados sobre musseques e caniços, para controle de populações; b) colonatos em áreas económicas estratégicas; c) reordenamentos rurais resultantes de deslocações massivas de camponeses africanos em territórios de guerra. Traça uma leitura contínua entre colonização e pós-independência, relacionando o direito à habitação com as diferentes infraestruturas residenciais herdadas do período colonial. Na 1ª fase o estudo considera os 3 grupos de habitantes que caracterizaram as narrativas coloniais: a) colonos europeus, b) assimilados e c)  populações africanas. Analisa as paisagens urbana e rural onde...
Informação do Projeto
2021-03-29
2024-09-28
Parceiros do Projeto