Projetos de Investigação
Habitar a revolução: Perspetivas sobre transformações sociais e produções espaciais a partir das casas ocupadas do bairro das Amendoeiras, em Lisboa
Portugal debate-se atualmente com uma grave crise habitacional, ainda que apresentando contornos diferentes da situação vivida em Abril de 1974, e que levou à ocupação ilegal de casas em bairros ainda em construção, como é o caso do bairro das Amendoeiras. Embora exista alguma documentação e conhecimento produzido sobre o bairro, o interior das casas e a forma como elas testemunharam as mudanças socioeconómicas e políticas em 50 anos de democracia continua por explorar, tal como como a invisibilidade persistente do papel das mulheres em todo o processo. Este projeto tem por objetivo geral dar visibilidade às dinâmicas espaciais, económicas, sociais, políticas e identitárias do bairro das Amendoeiras, também conhecido por Zona I de Chelas, em Lisboa.
Informação do Projeto
2024-09-16
2026-03-15
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A sobrevivência das desalojadas e o neoliberalismo desde abaixo. O nexo das lutas migratórias, laborais e habitacionais das mulheres migrantes em Portugal e Angola
A investigação examina as intersecções das lutas migratórias, laborais e habitacionais entre mulheres migrantes da Área Metropolitana de Lisboa e mulheres da Província de Luanda que planeiam emigrar, enquadradas pelo conceito de sobrevivência deslocada. Tendo como pano de fundo o aumento dos despejos e das situações de sem-abrigo na Europa, o estudo destaca as exclusões habitacionais ligadas à migração rural-urbana, à migração pós-colonial e à financeirização da habitação em Portugal. Critica a tendência para isolar a habitação da dinâmica laboral, ocultando as dimensões de classe, género e raça inerentes à deslocação urbana. Centrando-se nas mulheres migrantes angolanas, o estudo explora as suas estratégias de migração e habitação como táticas de sobrevivência e empreendedorismo informal, a par da influência das políticas públicas. Utiliza etnografia multi-situada, histórias de vida e análise de políticas, abrangendo Portugal e Angola. A investigação tem como objetivo aprofundar a compreensão da migração de baixos rendimentos, baseada no género e na raça, e as suas implicações para os países de origem e de acolhimento. Procura também avaliar criticamente as políticas, oferecendo perspetivas para moldar os futuros quadros de migração laboral, reconhecendo simultaneamente a natureza fluida da migração contemporânea e o seu impacto nas famílias.
Informação do Projeto
2024-09-01
2030-08-31
Parceiros do Projeto
UrbanoScenes. Imaginários pós-coloniais de urbanização em investigação prospectiva. Portugal e Angola
UrbanoScenes propõe explorar, em perspetiva epistemológica pós-colonial, a construção, reprodução e contestação dos imaginários de urbanização, a partir de Portugal, Angola e suas relações, focando-se nas formas com as quais a dicotomia sociedade/natureza – e outras derivadas, e.g. colónia/metrópole, urbano/rural, humano/tecnológico, moderno/prémoderno, desenvolvimento/subdesenvolvimento, Norte/Sul – estrutura os imaginários dominantes e (re)produz relações sócio-espaciais de poder. Que a normatividade associada a tais imaginários serve para legitimar e reproduzir formas de violência/injustiça inerentes ao processo de urbanização global, sejam elas estruturais, culturais ou estatais, configura uma hipótese central do projeto. Portanto, UrbanoScenes investiga também os imaginários urbanos alternativos que coexistem com os dominantes.
Informação do Projeto
2022-01-15
2025-07-14
Parceiros do Projeto
Cuidar (d)a Habitação - Uma abordagem à precariedade habitacional em Portugal através do cuidado pelo desenho
Como repetidamente observado no decurso da pandemia COVID-19, marcada pelo lema 'fique em casa', a precariedade habitacional expôs, novamente, desigualdades persistentes. Não obstante, a pandemia revelou também a importância do cuidado: ‘cuidar e ser cuidado' marcou 2020, e a interdependência vivida por todos confirma que as noções sobre cuidado são particularmente relevantes no desenho dos ambientes construídos. Expresso nos resultados do projeto de pesquisa “Como ficar em casa? Intervenções imediatas de combate à COVID-19 em bairros precários da Área Metropolitana de Lisboa”, coordenado por LAGES [LagesJorge20], é urgente abordar a forma como a Arquitectura, enquanto disciplina, pode repensar e integrar a ideia do cuidado no ambiente edificado em resposta às situações de precariedade habitacional. A proposta atual segue esta linha. Cuidar (d)a Habitação explora 4 dimensões do cuidado pelo desenho (design). A primeira [ESPACIAL] radica na ideia de CUIDAR DO ESPAÇO. A segunda [SOCIAL] segue o princípio de que precisamos de CUIDAR DAS PESSOAS. A terceira dimensão, [TÉCNICA], funda-se na ideia de que devemos CONSTRUIR COM CUIDADO, interpelando a forma como nós, enquanto coletivo, cuidamos do planeta [FitzKrasny19]. A última, [POLÍTICA] define o CUIDAR COMO FERRAMENTA. De direito fundamental não cumprido, a oportunidade oferecida pelo plano de recuperação pós-pandémica para Portugal — que prevê acabar com a precariedade habitacional até 2026—, este é o momento de discutir a Habitação para todos, dentro e fora da academia.
Informação do Projeto
2022-01-01
2025-06-30
Parceiros do Projeto