Este trabalho acompanha duas trajetórias: a do engenheiro e professor Carlos Sampaio, que viria a se tornar prefeito do Rio de Janeiro entre 1920 e 1922, e a da cidade que ele governou, no periodo maior compreendido entre 1875 e 1930. Personagem emblemático da geração de grandes engenheiros que se constituiram nos agentes das reformas urbanas, Carlos Sampaio esteve presente junto a Vieira Souto, Paulo de Frontin e Pereira Passos nas discussões e iniciativas que marcaram a época: o arrasamento do morro do Senado, o episódio da “Água em seis dias”, a fundação do Clube de Engenharia, a construção do novo porto, a demolição do “Cabeça de Porco”, a abertura da Avenida Rio Branco, o arrasamento do Morro do Castelo, a Exposição de 1922, o Plano Agache e muitas outras. A participação de Carlos Sampaio nos grandes empreendimentos que mudaram radicalmente a paisagem urbana carioca e a vida de seus habitantes é analisada a partir de uma extensa produção textual que permite deslindar a sua visão do mundo e da cidade. Esta visão, que revela um universo mental profundamente influenciado pelo ideário da medicina social e pelo fascínio do progresso técnico, é essencial para a compreensão dos embates e realizações que marcaram o papel de Carlos Sampaio na história da evolução urbana do Rio de Janeiro.

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