Embora haja um número crescente de jovens ciganos nas escolas públicas portuguesas, as estatísticas continuam a revelar uma sub expressão da sua presença no ensino secundário em Portugal. Perante esta constatação, ousamos interrogar a realidade, mobilizando processos de investigação-ação e práticas colaborativas e de coprodução de conhecimento, centrando o nosso olhar em 3 dimensões-chave: i) os fatores determinantes que se colocam às trajetórias de continuidade (e sucesso) escolar dos(as) estudantes ciganos(as); ii) as perspetivas dos profissionais que trabalham nas instituições escolares e nos serviços públicos de formação e emprego sobre as pessoas ciganas e sobre a ação institucional nestes domínios; iii) e de que modo a Academia pode contribuir para o desenho e implementação de medidas e políticas públicas mais equalitárias. Apesar das mudanças evidenciadas neste estudo e pese embora estarmos perante a geração mais escolarizada, também é verdade que as desigualdades sociais e escolares continuam a persistir, sendo necessário garantir um maior investimento público na educação e formação destes jovens. De outro modo, as oportunidades reais de transição para o ensino superior e sobretudo para o mercado de trabalho serão sempre muito limitadas e bloqueadoras do seu futuro.

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