Em Portugal, as crianças crescem numa sociedade marcada pela pobreza e acentuadas desigualdades económicas e sociais, com consequências negativas para a sua saúde, educação e bem-estar. A resolução destes problemas sociais complexos exige que se considerem as perspetivas das crianças, no contexto de um paradigma que reconhece a importância da autonomia na infância e do combate a perspetivas idadistas e de desumanização da infância. Partindo desta premissa, o simpósio reúne quatro estudos que analisam a forma desumanizada como as crianças são percecionadas, e a forma como as crianças percebem, interpretam e experienciam, elas próprias, a pobreza e a discriminação. A primeira comunicação aborda o processo de desumanização da infância, enquanto categoria social, questionando se a visão adulta obscurece a compreensão do que significa ser-se criança e ser-se humano. A segunda comunicação documenta os resultados de um projeto de combate à pobreza infantil que mobiliza metodologias participativas. A terceira comunicação analisa, numa amostra representativa de crianças e adolescentes, a autocategorização e a discriminação segundo a classe social, e os seus impactos no bem-estar e nas expectativas face ao futuro. A quarta comunicação apresenta os resultados de uma intervenção colaborativa com professores nas perspetivas das crianças sobre as causas e soluções para a pobreza no 4º ano de escolaridade. O simpósio encerra com um comentário integrador que pretende identificar os contributos dos estudos para uma Psicologia Social do Desenvolvimento e da Educação sobre a perceção social da infância e na infância, na construção de sociedades mais justas e inclusivas.

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• Psicologia - Ciências Sociais