Comunicação em evento científico
Da Semente à Estrela: Variações sobre o tema da circularidade
Francisco Oneto (Nunes, Francisco Oneto);
Título Evento
Colóquio Internacional Modos de Fazer Porto, 17 a 19 de outubro de 2018
Ano (publicação definitiva)
2018
Língua
Português
País
Portugal
Mais Informação
Web of Science®

Esta publicação não está indexada na Web of Science®

Scopus

Esta publicação não está indexada na Scopus

Google Scholar

Esta publicação não está indexada no Google Scholar

Abstract/Resumo
Escreveu Tim Ingold em 1991, no prefácio a um dos mais interessantes trabalhos de Antropologia Marítima dessa época que «…we should turn seawards to rediscover the continuities of the dwelt-in world». Alargando o âmbito da referência aos modos de vida associados ao mar, é também na forma como se processa a circulação da água entre os oceanos, a terra e a atmosfera, atravessando diferentes estados, que se exprime hoje uma perturbação global nos sistemas de suporte à vida, pela perda da biodiversidade e pelos excessos da poluição e da depredação dos recursos terrestres. Para além do ciclo hidrológico, o tema da circularidade contamina formas, expressões, ideias, saberes e modos de fazer, na arte, na ciência e na vida. A recorrência dos motivos circulares subjacentes à pendularidade e à alternância, das motricidades aos ritmos das sementeiras e das chuvas, das marés e das estrelas, convoca-nos para um exercício em torno da multiplicidade dos seus emaranhados criativos. É um facto que, no decurso das últimas décadas, sob os impactos sistémicos do neoliberalismo, das alterações climáticas e da sexta extinção e massa, a imaginação teórica da Antropologia enriqueceu significativamente a produção disciplinar com um interesse crescente pela fenomenologia, depois com o chamado ‘ontological turn’ e com os debates em torno da era do Antropoceno. Desta viragem emergiram narrativas paradigmaticamente inovadoras sobre as continuidades, a fluidez e as interdependências profundas de um mundo partilhado de senciência, agencialidade e intencionalidade, onde humanos e não-humanos se perspectivam segundo diferentes modos de viver ou de ‘fazer mundos’ para a vida em comum. Argumentarei que, em múltiplas latitudes culturais e diferentes contextos históricos e sociológicos, uma das expressões privilegiadas deste pluriverso de continuidades diferenciadas é o da circularidade da própria vida inscrita no devir da existência humana, na linguagem, nas práticas relacionais, no conhecimento como na economia. Para tanto, partindo dos dados da minha pesquisa anterior sobre o tema da roda (a ‘má-roda’ no contexto piscatório do Litoral Central Português), procurarei identificar novos domínios de relevância para a exploração temática das circularidades, desde logo, pela conexão entre os movimentos cíclicos e os sentidos humanos da verticalidade, da luz e da atmosfera.
Agradecimentos/Acknowledgements
--
Palavras-chave
protótipos culturais de circularidade,ontologia política,ecologia-mundo
  • Antropologia - Ciências Sociais
Registos de financiamentos
Referência de financiamento Entidade Financiadora
carreira académica ISCTE-IUL

Com o objetivo de aumentar a investigação direcionada para o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável para 2030 das Nações Unidas, é disponibilizada no Ciência-IUL a possibilidade de associação, quando aplicável, dos artigos científicos aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Estes são os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável identificados pelo(s) autor(es) para esta publicação. Para uma informação detalhada dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, clique aqui.