O presente trabalho tem como objetivo analisar, em crianças pais e professores, a relação entre o estatuto socioeconómico e os indicadores de inclusão escolar (resultados académicos, bem-estar e comportamentos na escola), e o papel mediador da perceção de envolvimento parental dos pais. Ainda, pretende-se analisar se a perceção dos professores e das crianças relativamente ao envolvimento parental modera a relação entre o envolvimento parental percebido dos pais e os indicadores de inclusão. O estudo foi realizado com 105 crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 12 anos, 105 encarregados de educação e 12 professores. O envolvimento parental foi conceptualizado de acordo com a tipologia de Epstein (1987) e foram consideradas as dimensões (i) envolvimento em atividades na escola, (ii) envolvimento em atividades de aprendizagem em casa e (iii) comunicação. Em linha com as hipóteses, verificou-se que o estatuto socioeconómico, o envolvimento parental percecionado pelos professores e o envolvimento parental percecionado pelos pais estão positivamente associados aos resultados escolares, ao bem-estar e ao comportamento das crianças na escola. Verificou-se, ainda, que a associação positiva entre o envolvimento parental percebido pelos pais e os resultados escolares é moderada pela perceção de envolvimento parental dos professores, sendo mais forte quando os professores percecionam níveis superiores de envolvimento parental. Os resultados são discutidos no quadro da literatura sobre o papel do envolvimento parental na inclusão escolar das crianças.

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• Psicologia - Ciências Sociais