Os programas de investimentos em infraestruturas são encarados como motores do crescimento económico sustentado a nível global. No entanto, estes programas foram limitados drasticamente na sequência da crise das dívidas soberanas, com o argumento de que poriam em causa a sustentabilidade das finanças públicas dos governos. A dimensão e extensão da crise pandémica e o conflito entre a Rússia e a Ucrânia vieram tornar evidente as fragilidades das economias, nomeadamente quanto ao estado de debilidade dos seus sistemas de saúde e de dependência energética, associando-se à tomada de consciência da necessidade de acelerar a promoção da sua descarbonização. Foi necessário repensar estrategicamente o modelo de crescimento e neste incluir investimento público, financiado por instrumentos desenhados para o efeito. O presente estudo faz um levantamento da evolução do investimento público em Portugal, no contexto de um conjunto de países da zona euro e da União Europeia, discutindo aqueles que são hoje os principais constrangimentos e desafios à consolidação da sua rede de infraestruturas. O objetivo é contribuir para a orientação de estratégias que permitam relançar o crescimento do país, respeitando a sustentabilidade das suas finanças públicas e reforçando a sua integração no espaço europeu.

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