Ir para fora, trabalhar fora, por iniciativa própria ou com o enquadramento de uma organização ou empresa é, cada vez mais, para cada vez mais indivíduos, um acontecimento frequente, visado ou não, procedente de um desejo deliberado, de uma circunstância tolerada, de uma fuga, porventura, ao espectro do desemprego. Como ilustrado no presente livro, são várias as formas de viver e de dizer a experiência de ir para fora: nem todas as experiências apresentarão um contorno plácido, dourado, sedutor, nem todas as experiências darão lugar a relatos apocalípticos. A mobilidade associada a prestação de trabalho tende a apresentar uma face difluente, propensa à rangência, ao paroxismo, ao arranjo e à conciliação imperfeita. A diferenciação das experiências vividas descrita no presente livro decorre do modo de abordar esta difluência, a continuidade e a descontinuidade contextual que a inscrição numa situação concreta de mobilidade (uma expatriação) pode propiciar e implicar para um indivíduo. Na análise que se apresenta, são consideradas as experiências individuais de expatriação observáveis em cinco empresas com génese ou presença nacional e operação internacional significativa. Foram realizadas 37 entrevistas individuais, em regime presencial ou remoto, a trabalhadores, gestores e directores de empresa. Um dado empírico condensa a especificidade de uma prática de gestão e de uma situação de trabalho e de vida: a menção persistente à existência de uma experiência distante do comum, que apresenta uma expatriação como uma prática própria do seu tempo, ao fazer reverberar, num quadro de interacção específico, atributos característicos da ação organizacional e socioeconómica contemporânea.

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Global work,Expatriates,Internationalization,Employee experience

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