A comunicação de ciência é hoje reconhecida como uma responsabilidade dos cientistas. Assistimos a uma demanda crescente e incentivos para que cientistas e instituições científicas comuniquem com audiências externas e sejam ativos em debates públicos e políticas de ciência e tecnologia. Têm surgido, nas últimas décadas, estudos em vários países sobre as práticas de comunicação pública de cientistas, barreiras e incentivos à atividade de um cientista a dirigir-se a não especialistas, bem como as suas percepções sobre os públicos. Em Portugal, contudo, a temática é ainda pouco estudada. Nesta comunicação, apresentamos resultados de um estudo dirigido a investigadores em instituições portuguesas, em todas as áreas do conhecimento e fases de carreira, que explora práticas e perceções destes investigadores sobre o seu papel na comunicação de ciência, assim como as suas práticas e expetativas sobre o envolvimento do público na ciência. Identificamos atividades de comunicação de ciência dos investigadores, em meios tradicionais e novos média, audiências a que estes se dirigem, e com que objetivos. As questões centram-se nos comportamentos dos investigadores em vez de nas suas intenções. Simultaneamente, procuramos explorar os motivos e barreiras ao envolvimento dos investigadores nestas ações. É também nosso objetivo compreender as expetativas dos investigadores sobre o grau de envolvimento do público na produção científica. Este estudo fornece pistas que poderão ajudar instituições científicas e comunicadores de ciência a apoiarem atividades de comunicação e cientistas nas suas instituições.

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