O Acordo de Paris e o Pacto Ecológico Europeu levaram à recente formulação de políticas de mobilidade sustentável, neutra e ativa, o que se reflete na construção de ruas verdes. Coloca-se a dúvida sobre se o planeamento da mobilidade ativa e das ruas verdes como resposta às políticas de mitigação das alterações climáticas considerou o contexto dos utilizadores de todas as idades e o postulado do envelhecimento ativo. Dito isto, pretende-se analisar: i) como evoluíram as políticas de mobilidade ativa e de envelhecimento ativo no mundo e em Portugal, e ii) como o envelhecimento ativo e o contexto das pessoas mais velhas enquanto utilizadoras foram considerados na conceção de políticas de mobilidade ativa e das respetivas ruas verdes em Portugal. Metodologicamente, foi feita uma revisão da literatura que cruzou a implementação de políticas de mitigação das alterações climáticas, mobilidade ativa e envelhecimento ativo em Portugal com ênfase no município de Lisboa. Em segundo lugar, foi aplicado um inquérito Delphi a especialistas nesta área de investigação para validar os principais desafios, identificados através da revisão da literatura, que se colocam à integração do bem-estar das pessoas mais velhas no desenho de uma cidade verde. Dos resultados, conclui-se que as políticas ativas de mobilidade em Portugal foram impulsionadas pelas concordatas climáticas. Apesar disso, o contexto das pessoas mais velhas foi, parcamente, tido em conta na conceção destas iniciativas, razão pela qual o alinhamento das políticas de mobilidade ativa e de envelhecimento ativo em Portugal continua a ser uma grande oportunidade.

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