Este projecto exploratório aborda relações de género e direitos no associativismo migrante feminino, pensados a partir de práticas artísticas. Trabalhar-se-á, num primeiro momento, com a Associação das Mulheres Cabo-verdianas na diáspora, partindo da história e das práticas da Associação mas também das suas redes transnacionais para a integração de outros parceiros associativos.

O projeto TIS - Teatro de Inclusão Social irá desenvolver um trabalho artístico para a inclusão social, com pessoas adultas com doença mental a par de diversas situações de vulnerabilidade social, através do envolvimento em manifestações culturais e artísticas melhorando a sua autoestima e o seu autoconceito enriquecendo e dotando os bairros bip/zip de cultura e novas experiências.  

A Antropologia contemporânea comprometida tem assumido um perfil de intervenção societal e cívica. Essa forma de produzir conhecimento científico tem estimulado um debate sobre perspetivas teórico-metodológicas que contribuam para pensar o papel da antropologia perante as reivindicações dos movimentos sociais, a defesa dos direitos humanos e da diversidade cultural e a criação de políticas públicas. A antropologia de orientação pública participa assim da cena politica contemporânea e, nesse processo, tem vindo a repensar criticamente metodologias e formas de construção do pensamento antropológico, descolonizando as metodologias ou transferindo e partilhando com os sujeitos a construção do conhecimento antropológico. Pretendemos partir da pluralidade das experiências etnográficas  dos investigadores da UI pensando os principais desafios que se colocam à prática antropológica em contextos plurais de intervenção social mas também  explorar  metodologias mais participativas e colaborativas (entre elas, visuais e digitais) que permitam um posicionamento epistemológico comprometido com a contemporaneidade. O plano de formação será acompanhado de supervisão tutorial de exercícios de observação/exploração de terreno, missões de trabalho de campo ou de estágio em estruturas e em projetos de I&D na UI

A pesquisa desenvolvida no CRIA organiza-se em torno de grupos de investigação que compõem o núcleo científico do centro e reúnem investigadores dos diferentes polos institucionais. Estes grupos formaram-se a partir de quatro campos específicos de pesquisa da equipa do CRIA: (1) Circulação e Produção de Lugares, (2) Desafios Ambientais, Sustentabilidade e Etnografia, (3) Governação, Políticas e Quotidiano, e (4) Práticas e Políticas da Cultura. Complementarmente, as linhas temáticas e os núcleos de trabalho agregam investigadores dos vários grupos de investigação em torno de temas e contextos específicos de pesquisa como são a (1) Antropologia da Saúde, (2) a Antropologia Visual e da Arte, (3) os Estudos em Contextos Árabes e Islâmicos, (4) a Antropologia da Religião, (5) os Recursos Informais, Estado e Capital Social e (6) Círculo de Estudos Sul Asiáticos.  

O projeto visa integrar-se no espirito do programa bipzip, envolvendo artistas/artesãos em idade activa em acções dirigidas a todos os escalões etários e desenvolve-se na: - promoção da cidadania ativa,capacidade de auto-organização e procura coletiva de soluções,através do associativismo em estrutura autónoma sem fins lucrativos (FAOA) que reúne cidadãos identificados com os problemas diagnosticados e as soluções propostas; -criação de um clima favorável ao empreendorismo e à capacidade de iniciativa local:através de estimulo à produção própria, desenvolvida com base nas capacidades de cada um,assim como à disponibilidade para participação em feiras,produção de peças para a loja permanente do artesão/FAOA,participação ativa em eventos e oficinas e disponibilidade para deslocar-se a locais próximos das pessoas para ações lúdico-culturais regulares; -compromisso com o desenvolvimento sustentável, as questões ambientais e participação na economia circular e solidária: através da utilização de técnicas não industriais na produção de peças, da utilização de materiais não sintéticos (produção e embalagem),forte envolvimento manual na produção de peças, atenta seleção temática das oficinas, acões junto dos locais de residência das pessoas(redução de despesas, riscos e combustíveis),ações ao ar livre (Ex:feiras,largada de papagaios de papel),ações em saúde e higiene alimentar (Ex:Oficinas de selecção/compra de alimentos saudáveis no mercado do Rio-seco/Ajuda), retorno de parte de valor das inscrições para fins sociais.

A criação da Orquestra de Cordas da Ajuda(OCA) procura responder aos problemas identificados no diagnóstico: a desmotivação e desinteresse das crianças maioritariamente das comunidades roma na vivência de uma infância consciente e adequada longe da violência e do crime, o absentismo e insucesso escolar, a desagregação e desenraizamento dos seus pares, o risco de persecução em comportamento desviantes, a iliteracia e falta de contacto com a prática artística e a fruição cultural, o desconhecimento do seu papel no exercício de uma cidadania plena. A OCA não será uma orquestra “tradicional”. Será reflexo dos seus participantes, pensada (quer na forma quer no conteúdo) para as crianças que a comporão.

O Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA) é uma unidade interuniversitária que existe desde 2007 como unidade de I&D da FCT. O CRIA organiza-se em polos sediados em quatro instituições universitárias (NOVA FCSH, ISCTE-IUL, U. Coimbra e UMinho). Este funcionamento articulado em rede permite que cada polo desenvolva de forma autónoma as suas atividades e todos partilhem recursos indispensáveis à gestão, captação de fundos e divulgação das atividades de pesquisa, ensino e transferência de conhecimento, estimulando ainda a mobilidade dos investigadores do CRIA entre as diferentes instituições.

No contexto recente da União Europeia, os assuntos relacionados com as migrações tomaram uma importância fundamental na actividade governamental, criando a necessidade de estudar, categorizar e apoiar as populações migrantes, assim como promover a sua integração. Deste modo, um enorme esforço financeiro foi realizado ao nivel nacional e supra-nacional no desenvolvimento de políticas e implementação de programas com o intuito de expandir uma rede de apoio social responsável por acompanhar e monitorizar a integração dos migrantes. Estes programas, na nossa perspectiva, gravitam em torno do que iremos chamar a dicotomia vulnerabilidade/risco. Por um lado, existe a representação que habitualmente relaciona os imigrantes com o desvio e a criminalidade, a falta de competências sociais e a insegurança, constituindo deste modo um risco para a sociedade. Por outro lado, eles são também vistos como pessoas em dificuldade, vítimas de um desenraizamento traumático, necessitados e desprotegidos, num estado permanente de vulnerabilidade. Esta dicotomia constrói a ideia de que existe algo intrinsecamente 'problemático' na condição ser imigrante requerendo, portanto, 'soluções' para controlar 'comportamentos de risco' e cuidar de 'estados vulneráveis'. Desta forma, o principal objectivo deste projecto é, em vez de partir do pressuposto de que a vulnerabilidade e o risco são condições naturais da migração, analisar o sector de apoio social aos imigrantes no Portugal contemporâneo, fazendo uma muito necessária avaliação crítica - através da análise etnográfica de diversos contextos - de como estas políticas se efectivam e afectam a vida das populações migrantes. O projecto irá investigar como estas intervenções pretendem construir formas normativas de cidadania e subjectividade, fundadas habitualmente em assumpções morais culturalmente específicas de cariz etnocêntrico. Consequentemente, pretendemos documentar e avaliar a violência institucional, social e cultural com que os migrante...