O projeto de cooperação trianual consiste numa cooperação entre o IEFP e o ISCTE, através do Observatório do Emprego Jovem, para a elaboração de estudos de investigação no âmbito das temáticas do Emprego Jovem, Desemprego Jovem, Políticas de Emprego Jovem, e os Jovens e o Mercado de Trabalho. Durante o primeiro triénio de vigência do contrato de cooperação estão a ser desenvolvidos os seguintes estudos: perfis dos jovens desempregados (estudo 1); perceções dos jovens acerca dos serviços do IEFP (estudo 2); aprofundamento qualitativo dos perfis dos jovens desempregados (estudo 3); análise da qualidade do emprego jovem (estudo 4).

Vários autores que contribuem para a área da economia política comparada argumentam que o mercado de trabalho está cada vez mais dualizado. Alguns trabalhadores são cobertos por convenções coletivas, têm contratos estáveis e acesso à proteção social tradicional, enquanto que outros têm contratos atípicos, têm acesso a uma proteção social menos generosa e não são cobertos por convenções coletivas. Esta dualização é o resultado de um conjunto reformas à legislação laboral que possibilitaram um maior uso dos contratos atípicos; de reformas ao Estado Social que reduziram o âmbito da segurança social e alargaram a utilização de medidas de assistência social; e por reformas à negociação coletiva que reduziram a cobertura das convenções. A recente crise económica provocada pela pandemia COVID-19 tornou ainda mais evidente a necessidade de repensar esta divisão. A questão de investigação a que este projeto procura responder é a seguinte: em que condições é possível superar a dualização e gerar maior solidariedade? O projeto foca-se numa dimensão-chave da dualização: a regulação dos contratos atípicos, isto é, contratos a termo certo, trabalho independente e trabalho temporário. Na nossa perspetiva, o tipo de contrato constitui um elemento chave da dualização. Assim, quando falamos em reformas que aumentam a solidariedade, referimo-nos a reformas inclusivas que aumentam a regulação dos contratos atípicos. O argumento principal deste projeto é o de que promover a solidariedade implica agir a três níveis: legislação laboral (nacional), negociação coletiva (meso e micro) e democracia no local de trabalho (micro). A legislação laboral tem um papel decisivo na definição das condições de admissibilidade dos contratos atípicos. Os acordos coletivos são importantes porque podem definir condições melhores (ou piores) do que as estabelecidas no código do trabalho. E é no nível do local de trabalho que a regulamentação é respeitada ou não. Seguindo os apelos recentes de alguns cientist...

O Observatório de Emprego Jovem (OEJ) enquadra-se na Unidade de Investigação DINÂMIA’CET-Iscte (Centro de Estudos Sobre a Mudança Socioeconómica e o Território) e é financiado pela FCT - Fundação para a Ciência e a Tecnologia (Projeto Estratégico Programático - Refª UIDP/03127/2020). O OEJ propõe-se a criar um repositório de conteúdos e investigações dedicados exclusivamente ao mercado de trabalho dos jovens, aproveitando as sinergias e os espaços de interação entre os projetos do DINÂMIA’CET dedicados à área do Trabalho. O foco do Observatório recai sobre três áreas de estudo - desemprego jovem, qualidade de emprego dos jovens, e políticas de emprego dirigidas aos jovens – acerca das quais se pretende, como objetivo central do projeto, produzir publicações com elevado impacto na sociedade, nomeadamente relatórios e policy briefs, e disponibilizar dados chave regularmente atualizados.

São os empregadores atores ativos no processo de construção e oferta de competências pelos jovens graduados? Como interagem os empregadores com universidades para influenciar as competências dos graduados? As empresas dependem da disponibilidade de competências em tempo útil para competir e crescer, enquanto os trabalhadores dependem das suas competências para aceder a empregos, especialmente os de boa qualidade. Este programa de pesquisa (PP) visa analisar estratégias dos empregadores para aceder a competências de que precisam quer através do recrutamento de indivíduos qualificados no mercado de trabalho (MT), quer da formação da mão-de-obra disponível. Esta escolha reflete a alternativa de fazer-ou-comprar típica de qualquer fator de produção. Todavia, a escolha torna-se crítica para a sobrevivência da empresa quando se trata de recursos humanos (RH) e das incertezas em torno dos resultados que visam o seu desenvolvimento. Tendo em atenção o papel dos graduados do ensino superior (ES) no crescimento e nos processos de inovação, este PP incide sobre graduados e pósgraduados do ES. Quando é que as empresas preferem graduados prontos-a-trabalhar ou prontos-a-aprender? Que características particulares incentivam a formação? Que soluções podem suportar a transição universidade-trabalho e reduzir ou evitar problemas de competências? O pressuposto é que o ajustamento entre oferta e procura de competências depende da capacidade do ES de dotar os estudantes com competências apropriadas mas também das políticas e práticas de RH. Este PP explora estratégias de antecipação e solução e prossegue cinco objetivos específicos: 1) identificar competências para empregabilidade de jovens graduados para MT nacionais e internacionais; 2) analisar estratégias das empresas para aceder e desenvolver competências requeridas; 3) explorar expetativas dos empregadores relativamente às instituições do ES; 4) analisar o impacto das políticas de competências na qualidade do emprego dos jovens g...

Este projeto analisa as transformações do regime de emprego ocorridas em Portugal, nas últimas duas décadas, no contexto da reestruturação da economia global e das suas consequências no emprego e no trabalho. Os impactos adversos no trabalho da crescente internacionalização da produção e da concomitante financeirização têm sido evidentes num país vulnerável à deslocalização da produção, aos desequilíbrios macroeconómicos e ao endividamento. Estes impactos atingiram o seu apogeu com a crise financeira global e o consequente resgate financeiro da tróica em 2011. O Memorando de Entendimento especificou uma reconfiguração do regime de emprego, orientada para a desvalorização interna, que veio a ser levada à prática, afetando instituições e regras sobre a proteção do emprego, os tempos de trabalho, as prestações de desemprego e a negociação coletiva. Com base em investigação anterior que caracterizou a reconfiguração institucional associada à desvalorização interna como regressiva e responsável pela transferência de rendimento do trabalho para o capital e pelo desequilíbrio de poder desfavorável às organizações dos trabalhadores, o projeto pretende ampliar esta pesquisa por duas vias. Primeira, alargar a avaliação da desvalorização do trabalho a dimensões-chave da qualidade do emprego e condições de trabalho que possam ter sido diretamente afetadas em resultado da reconfiguração do regime de emprego (em particular, salários, tempos de trabalho e segurança do emprego). Segunda, identificar as consequências de longo prazo da ?desvalorização interna, os seus mecanismos impulsionadores e os meios para os neutralizar, através da análise estratégias dos atores e dos seus recursos de poder ao nível nacional, sectorial e de empresa. O projeto parte da conjetura de que a reconfiguração do regime do emprego em Portugal e a desvalorização interna podem ter acelerado um processo de desvalorização cumulativa do trabalho, envolvendo perdas de competência e aptidão, retração de investi...

The main objective of this project was to elaborate a report for the European Parliament, that in 2014 assessed the impact of austerity policies in countries that received financial assistance during the sovereign debt crisis. The report analysed the impact of austerity policies in two areas - labour market and social cohesion -, was focused on the Portuguese case and analysed the period between 2011 and 2013. 

O objetivo geral do projeto é o estudo das trajetórias residenciais dos habitantes da Área Metropolitana de Lisboa (LMA), nascidos entre 1935-1985. No entanto, dada a necessidade de aprofundar o conhecimento sobre as mudanças em curso que poderiam constituir a base de uma reestruturação da lógica da metrópole contemporânea, a prioridade foi a análise das gerações mais jovens: as nascidas entre 1965-1985 e cuja entrada na idade adulta e a autonomia residencial provavelmente já ocorrereu após a adesão à UE, o período de emergência dos principais indicadores da modernidade.