Comunicação em evento científico
Medicalização do nascimento, intervenções e experiências de parto num Portugal multicultural
Sónia Pintassilgo (Pintassilgo, S.); Violeta Alarcão (Alarcão, V.); Pedro Candeias (Candeias, P.); Mariana Anginho Évora (Évora, M. A.);
Título Evento
VI Congresso Português de Demografia
Ano (publicação definitiva)
2022
Língua
Português
País
Portugal
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(Última verificação: 2024-04-23 14:58)

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Abstract/Resumo
O nascimento em Portugal caracteriza-se pela medicalização e vigilância social. Cerca de 97% dos partos ocorre em contexto hospitalar, a frequência dos partos em hospitais privados aumentou, e a frequência dos nascimentos por cesariana assume resultados acima dos recomendados pela OMS. Sabendo-se que as condições assistenciais do nascimento são determinantes para os resultados em saúde materna e infantil, não é linear a associação entre alguns indicadores de medicalização do nascimento e os melhores resultados em saúde, nos quais se incluem os resultados em mortalidade e morbilidade materna e, de forma mais abrangente, a satisfação de expectativas da população fecunda face ao nascimento. Essas expectativas, bem como as condições de assistência ao nascimento, são determinadas pelo perfil social e demográfico dos indivíduos, potenciando desigualdades acrescidas nos resultados em saúde materna e infantil. Essas desigualdades acentuam-se no caso de população com características específicas, como sejam as populações imigrantes de países terceiros. Os dados estatísticos oficiais disponíveis sobre as condições do nascimento são redutores na capacidade de mapear o conjunto de intervenções obstétricas e hospitalares que caracterizam o parto – cingindo-se à distinção entre parto eutócico (vaginal) e distócico, nas suas três variantes (cesarianas, com fórceps, com ventosas) –, e não permitem avaliar a satisfação e resultados abrangentes em saúde materna e infantil decorrentes das intervenções no parto. Esta comunicação visa analisar as intervenções e a satisfação no parto em Portugal, de população imigrante e portuguesa autóctone, numa perspetiva comparativa. Para tal, são mobilizados os dados de um inquérito por questionário do projeto FEMINA (PTDC/SOC-SOC/30025/2017), aplicado em 2020 a 400 mulheres e homens nascidos em Portugal e em Cabo Verde, residentes na área da Grande Lisboa. Na análise, considera-se um conjunto de 10 intervenções no parto, de que são exemplo a episiotomia, o contacto pele a pele, o uso de CTG contínuo e a anestesia epidural. Os resultados revelam similaridades e dissemelhanças, de acordo com a naturalidade e o género, sugerindo, por um lado, a rotinização de procedimentos institucionalizados no parto, e, por outro, uma diferenciação de acordo com as características dos indivíduos.
Agradecimentos/Acknowledgements
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Palavras-chave
Nascimento,Medicalização,Intervenções no parto,Multiculturalidade
  • Sociologia - Ciências Sociais

Com o objetivo de aumentar a investigação direcionada para o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável para 2030 das Nações Unidas, é disponibilizada no Ciência-IUL a possibilidade de associação, quando aplicável, dos artigos científicos aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Estes são os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável identificados pelo(s) autor(es) para esta publicação. Para uma informação detalhada dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, clique aqui.