O envelhecimento da força laboral tem gerado tensões geracionais em contexto organizacional, que se refletem por exemplo em estereótipos prescritivos do comportamento dos trabalhadores seniores, nomeadamente na sua sucessão ativa (North & Fiske, 2012; 2015). Assim, e não tendo sido encontradas na literatura variáveis atenuadoras desta resposta idadista dos trabalhadores jovens face aos trabalhadores seniores, propôs-se neste estudo (N=234), examinar o efeito da indispensabilidade funcional (contributo dos trabalhadores seniores para os resultados dos trabalhadores em geral na força laboral; Guerra, Gaertner, António, & Deegan, 2015) como redutora da Sucessão. Esta variável tem demonstrado uma importante contribuição para a melhoria de relações intergrupais no contexto da imigração e relações inter-étnicas, mas ainda não tinha sido aplicada ao contexto da diversidade geracional. Adicionalmente, explorou-se o papel do enviesamento intergrupal (medido pela Prototipicalidade Endogrupal Relativa; Waldzus, Mummendey, & Wenzel, 2007) nesta relação. Tal como proposto, a indispensabilidade funcional dos trabalhadores seniores leva a que os trabalhadores jovens diminuam as atitudes negativas face aos trabalhadores seniores, sob a forma de desejar a sua sucessão ativa. Adicionalmente, este efeito é mediado pela Prototipicalidade Endogrupal Relativa, sendo que a indispensabilidade reduz o enviesamento intergrupal, que por sua vez, reduz a sucessão. Estes resultados oferecem pistas importantes para gerir a diversidade etária/geracional nas organizações, em articulação com os constrangimentos societais e políticos relacionados com a sucessão dos trabalhadores seniores.

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Indispensabilidade funcional,sucessão,diversidade geracional,idadismo,projeção endogrupal